terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Transitos de Saturno II - esboço de uma interpretação

Mantendo o mesmo tema anterior mas mudando um pouco o tom da prosa, continuamos falando sobre os possíveis efeitos de um transito de Saturno sobre os planetas.
Vamos imaginar que Saturno esteja em aspecto com seu Sol. Bom, a luz da casa está queimada, obscurecida. Resultado? Tá difícil brilhar, ter clareza sobre si mesmo, pois há uma tendência a enxergar tudo cinza, escuro. "Acabou a força" vale como expresão síntese: a vitalidade não vai lá muito bem, não. E o que podemos fazer quando a estamos na escuridão? Uma boa opção é meditar, ficar quieto, não começar nada - já pensou iniciar algo no escuro? - olhar pra dentro, onde está a verdadeira luz, o coração - associado ao Sol, doador de vida.
Agora vamos imaginar Saturno se encontrando com a Lua. Aquilo que está presente em todos os momentos, aquela mãe que nos conhece, nos acolhe, prepara a comidinha que tanto gostamos, dá colo. Bom, ela não está agora. Foi trabalhar. Ou está meio fria. Nossos sentimentos estão meio travados. Tem pouca comida (congelada), a casa. Rola melancolia, nos sentimos sozinhos. "Chato pra burro", como diria Nelson Rodrigues. O que fazer nesse momento? Hum, a ver: não julgar os sentimentos alheios nem pautar-se principalmente por eles. Deixar passar, sentir sem vergonha, observar os padrões emocionais, chorar sem dó nem piedade de si. Marisa Monte e Arnaldo Antunes cantam isso em De mais ninguém
A sala, o quarto, a casa está vazia,
A cozinha, o corredor
Se nos meus braços ela não se aninha,
A dor é minha.







Sem comentários: