quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O Ascendente

Hoje mesmo uma conhecida me perguntou: "Quero fazer uma análise do meu mapa com ênfase no meu Ascendente, pois soube que ele fica mais forte com o passar do tempo." Fiquei com cara de paisagem. Mudei de assunto, mas aproveito essa deixa pra fazer uma breve explanação sobre o tema.
A maior parte da literatura sobre esse assunto associa o signo Ascendente - que estava ascendendo na hora do nascimento - com a noção de persona. Persona, para os gregos, eram aquelas máscaras enormes que os atores usavam quando interpretavam as peças; estas, por sua vez, impediam que o público visse sua expressão enquanto interpretavam, ficando apenas com o som de sua voz e com sua expressão corporal (que, até onde sei, era bem pouca.)
Essa imagem é bacana pois explora dois aspectos do Ascendente: a fixidez de sua natureza - pois a máscara é estática - e a idéia de "canal" através do qual o sujeito se expressa. Aliás, persona quer dizer "soar através."
Ainda nessa linha, há uma explicação muito boa no livro "As doze casas", de Howard Sasportas (obrigatório), que associa o Ascendente a um filtro, uma lente: é através do enfoque determinado pelo signo Ascendente que destacaremos certos aspectos da realidade em detrimento de outros; da mesma forma, ele modula o canal daquilo que somos internamente com
o universo externo. Lente, filtro, porta: deixa entrar, deixa sair.
Assim, o Ascendente seria o veículo que utilizamos em nossa vida, o personagem principal, o modo como primeiro abordamos uma questão, os inícios, o nascimento, o corpo físico.

Assim, voltando ao início do texto, não faria muito sentido pensar que o Ascendente torna-se mais forte com o passar do tempo; em tese, deveríamos buscar mais o sentido profundo do Sol - e do mapa como um todo - para integrar-nos com nós mesmos.

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